“Assim como as esculturas vão tomando forma pelas mãos de quem as esculpe, as imagens, para quem não vê, se materializam pelo som das palavras.” (Luciane Molina)
Aos poucos no Brasil as pessoas
com Deficiência Visual estão tendo a oportunidade de desfrutar de momentos de
cultura e lazer em teatros e cinemas, por exemplo. Algo que até pouco tempo
atrás era impossível devido à complexidade de compreensão dos mesmos que se
limitava apenas a escuta da fala dos personagens.
A
audiodescrição na programação da TV brasileira é prevista desde o ano de 2004 através
do decreto nº 5296, que regulamenta a lei que estabelece as normas de
acessibilidade. No ano de 2006 foi estabelecida a portaria de número 310 pelo Ministério
das Comunicações que implanta a audiodescrição nas emissoras da TV brasileiras voltada
para pessoas com Deficiência Visual e suspensa em 2008, mas foi retomada a
partir de 2010, com a Portaria nº 188/2010, quando foi determinado que cada
emissora deveria exibir 2 horas diárias de audiodescrição, aumentando 2 horas
por ano até se chegar aos 100% da programação. Mas infelizmente essa portaria
foi cancelada e um cronograma bem
diferente do original foi lançado, porém
através de decisão judicial, o relator, desembargador Souza Prudente,
argumenta que, conforme estabelece o Supremo Tribunal Federal, não se pode retroceder em direitos fundamentais
adquiridos e que o não cumprimento da Portaria 310 fere o direito de isonomia
no acesso aos meios de radiodifusão. E a decisão do tribunal foi unânime em
favor do Ministério Público. ( Fonte: http://tagasblog.wordpress.com/tag/televisao)
AUDIODESCRIÇÃO é ...
Um recurso que consiste
na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos
visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo,
expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o
ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura
de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela.
A
audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao
mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute
integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da
narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga.
As descrições
acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações
sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro
relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do
filme. (Fonte: http://audiodescricao.com.br)
A descrição de
imagens é a tradução em palavras, a construção de retrato verbal de pessoas,
paisagens, objetos, cenas e ambientes, sem expressar julgamento ou opiniões das
pessoas a respeito.
Segundo
Domingues ( 2010, p. 37): “ A criança com cegueira precisa ter acesso e
liberdade para explorar, manusear, tocar, bem como receber explicações verbais
dos conceitos tateáveis, parcialmente tateáveis, não tateáveis e abstratos que
a cercam, para que consiga apropriar-se adequadamente destes conhecimentos nas
escola e fora dela.”
A
audiodescrição não destina-se apenas a obras cinematográficas, estendendo-se a
comerciais, programas de televisão, teatro, musicais, shows e apresentações em geral. Também é uma poderosa
aliada do professor no espaço educativo, pois utilizando-se de tais técnicas o
profissional da educação poderá tornar suas aulas muito mais atrativas e
acessíveis, sem a necessidade de elaborar conteúdo diferenciado apenas para os
alunos com deficiência visual. (LUCIANE MOLINA)
VÍDEO
O curta-metragem: “O Girassolzinho” é um excelente exemplo de história em que foi utilizado o recurso da audiodescrição que facilitará a compreensão de pessoas com deficiência visual e que lhes possibilitará mais autonomia.
O vídeo pode ser utilizado para enriquecer a aula demonstrando a importância do Sol para todos os seres vivos, inclusive para a flor, que ao ficar impossibilitada de mais uma vez sentir a luz solar fica prestes a morrer, mas felizmente tudo acaba bem.
Vale apena conferir.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
DOMINGUES,
Celma dos Anjos [et al]. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão
Escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]:
Universidade Federal do Ceará, 2010.
MOLINA, Luciane. Esculpindo
imagens com palavras: A Audiodescrição como recurso de acessibilidade às
pessoas com deficiência visual. <www.faders.rs.gov.br
> Acesso em: 01/12/13.
Fontes:
http://tagasblog.wordpress.com/tag/televisao
Fontes:
http://tagasblog.wordpress.com/tag/televisao