segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

AUDIODESCRIÇÃO: Um poderoso recurso de acessibilidade.


“Assim como as esculturas vão tomando forma pelas mãos de quem as esculpe, as imagens, para quem não vê, se materializam pelo som das palavras.” (Luciane Molina)




Aos poucos no Brasil as pessoas com Deficiência Visual estão tendo a oportunidade de desfrutar de momentos de cultura e lazer em teatros e cinemas, por exemplo. Algo que até pouco tempo atrás era impossível devido à complexidade de compreensão dos mesmos que     se limitava apenas a escuta da fala dos personagens.

A audiodescrição na programação da TV brasileira é prevista desde o ano de 2004 através do decreto nº 5296, que regulamenta a lei que estabelece as normas de acessibilidade. No ano de 2006 foi estabelecida a portaria de número 310 pelo Ministério das Comunicações que implanta a audiodescrição nas emissoras da TV brasileiras voltada para pessoas com Deficiência Visual e suspensa em 2008, mas foi retomada a partir de 2010, com a Portaria nº 188/2010, quando foi determinado que cada emissora deveria exibir 2 horas diárias de audiodescrição, aumentando 2 horas por ano até se chegar aos 100% da programação. Mas infelizmente essa portaria foi cancelada  e um cronograma bem diferente do original foi lançado, porém  através de decisão judicial, o relator, desembargador Souza Prudente, argumenta que, conforme estabelece o Supremo Tribunal Federal, não se  pode retroceder em direitos fundamentais adquiridos e que o não cumprimento da Portaria 310 fere o direito de isonomia no acesso aos meios de radiodifusão. E a decisão do tribunal foi unânime em favor do Ministério Público. ( Fonte: http://tagasblog.wordpress.com/tag/televisao)

AUDIODESCRIÇÃO é ...

Um recurso que consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela.
A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga.
As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme. (Fonte: http://audiodescricao.com.br)
A descrição de imagens é a tradução em palavras, a construção de retrato verbal de pessoas, paisagens, objetos, cenas e ambientes, sem expressar julgamento ou opiniões das pessoas a respeito.


Segundo Domingues ( 2010, p. 37): “ A criança com cegueira precisa ter acesso e liberdade para explorar, manusear, tocar, bem como receber explicações verbais dos conceitos tateáveis, parcialmente tateáveis, não tateáveis e abstratos que a cercam, para que consiga apropriar-se adequadamente destes conhecimentos nas escola e fora dela.”
A audiodescrição não destina-se apenas a obras cinematográficas, estendendo-se a comerciais, programas de televisão, teatro, musicais, shows e  apresentações em geral. Também é uma poderosa aliada do professor no espaço educativo, pois utilizando-se de tais técnicas o profissional da educação poderá tornar suas aulas muito mais atrativas e acessíveis, sem a necessidade de elaborar conteúdo diferenciado apenas para os alunos com deficiência visual. (LUCIANE MOLINA)
VÍDEO
O curta-metragem:  “O Girassolzinho” é um excelente exemplo de história em que foi utilizado o recurso da audiodescrição que facilitará a compreensão de pessoas com deficiência visual e que lhes possibilitará mais autonomia.
 O vídeo pode ser utilizado para enriquecer a aula demonstrando a importância do Sol para todos os seres vivos, inclusive para a flor, que ao ficar impossibilitada de mais uma vez sentir a luz solar fica prestes a morrer, mas felizmente tudo acaba bem.
Vale apena conferir.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
DOMINGUES, Celma dos Anjos [et al]. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.
MOLINA, Luciane. Esculpindo imagens com palavras: A Audiodescrição como recurso de acessibilidade às pessoas com deficiência visual. <www.faders.rs.gov.br > Acesso em: 01/12/13.

Fontes:

http://tagasblog.wordpress.com/tag/televisao

http://audiodescricao.com.br